SANTA CRUZ - FREGUESIA
Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do ACORDO DE 1945
João Pinho
Quanto à simbologia dos seus elementos:
Rua da Sofia
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do ACORDO DE 1945
João Pinho
Igreja do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra - Gravura de 1840
Consciente da importância e alcance histórico das raízes bem profundas do seu património, artes, instituições e cultura, o executivo da Junta de Santa Cruz entendeu proceder à elaboração do símbolo heráldico da freguesia, com base numa proposta que mereceu o parecer favorável da Comissão de Heráldica, emitido a 9 de Fevereiro de 2004, com registo na Direcção Geral das Autarquias Locais a 22 de Junho do mesmo ano:
«Brasão: escudo de vermelho, cruz latina de prata, trilobada, entre duas coroas abertas, de ouro com pedraria de verde, em chefe e dois livros abertos, de prata, com fechos e suas correntes do mesmo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: COIMBRA-SANTA CRUZ.
Bandeira: amarela, Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Coimbra – Santa Cruz».
Quanto à simbologia dos seus elementos:
Coroas de Rei – representam D. Afonso Henriques e D. Sancho I, que estão sepultados no Mosteiro de Santa Cruz (edificação mandada construir pelo primeiro Rei)
Livros com Cadeados – significam os livros que existiam nos Cartórios e Bibliotecas de Santa Cruz, os Colégios e a Rua da Sofia.
Cruz Crúzea – representa o topónimo “Santa Cruz”, o Mosteiro, com sua Igreja e Torre.
As origens da Freguesia de Santa Cruz relacionam‑se intimamente com as formas
de administração eclesiástica do seu território, mais propriamente com a criação de paróquias.
O conceito de paróquia foi definido no Decretum de Gratiano, no séc. XII. A
paróquia distinguia‑se das outras igrejas pela prerrogativa do baptismo, que só o Bispo
podia conceder.
Até ao século XIX a actual área da Freguesia de Santa Cruz compreendia a existência
de 3 freguesias ou paróquias religiosas distintas: a Freguesia de S. João de Santa Cruz, com sede na igreja paroquial que tinha por orago S. João Baptista, a Freguesia de Santa Justa com o título de Priorado e sediada na igreja do mesmo nome, e a Freguesia de Nossa Senhora da Visitação com sede paroquial na Igreja Matriz da Pedrulha.
A mais antiga seria a de Santa Justa,
A 04 de Fevereiro de 1102 o bispo de Coimbra doa a Igreja de Santa Justa ao mosteiro
de Santa Maria da Caridade
As origens da Freguesia de Santa Cruz relacionam‑se intimamente com as formas
de administração eclesiástica do seu território, mais propriamente com a criação de paróquias.
O conceito de paróquia foi definido no Decretum de Gratiano, no séc. XII. A
paróquia distinguia‑se das outras igrejas pela prerrogativa do baptismo, que só o Bispo
podia conceder.
Até ao século XIX a actual área da Freguesia de Santa Cruz compreendia a existência
de 3 freguesias ou paróquias religiosas distintas: a Freguesia de S. João de Santa Cruz, com sede na igreja paroquial que tinha por orago S. João Baptista, a Freguesia de Santa Justa com o título de Priorado e sediada na igreja do mesmo nome, e a Freguesia de Nossa Senhora da Visitação com sede paroquial na Igreja Matriz da Pedrulha.
A mais antiga seria a de Santa Justa,
A 04 de Fevereiro de 1102 o bispo de Coimbra doa a Igreja de Santa Justa ao mosteiro
de Santa Maria da Caridade
Rua da Sofia
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Decreto n.º 516/71, DG, I Série, n.º 274, de 22-11-1971 (ver Decreto)
A Rua da Sofia, da palavra grega para Ciência ou Sabedoria, consolidou definitivamente a cidade de Coimbra como centro cultural e pólo universitário nacional.
Foi rasgada em 1535, como artéria de invulgar amplitude e regularidade para a época, configurando provavelmente uma das maiores ruas da Europa coeva.
A Rua da Sofia destacava-se entre a malha apertada e sinuosa das ruelas e becos envolventes, destinando-se a abrigar, desde o primeiro momento, os colégios da Universidade, que D. João III fazia regressar a Coimbra, instalando os edifícios principais no Paço Real.
Esta nova e monumental estrutura urbana conferia uma simbólica muito particular à instalação das escolas, realizada a partir de 1537; deste então, e até à actualidade, a história e a vida da cidade permaneceram intimamente ligadas à Universidade. No entanto, e apesar do dinamismo que esta estrutura criou e sustentou, a Rua da Sofia permaneceu durante séculos relativamente afastada dos ritmos urbanos tradicionais, como verdadeira "cidade universitária" e rua nobre, em torno da qual se mantinha um bairro ocupado por estudantes, e aberta ao comércio vulgar apenas a partir do século XIX .
Na Rua da Sofia foram erguidos sete colégios, com as suas igrejas:
Na Rua da Sofia foram erguidos sete colégios, com as suas igrejas:
do Carmo,
da Graça,
de São Pedro,
de São Tomás,
de São Bernardo
de São Boaventura,
e ainda o Colégio das Artes.
Convivia com estes edifícios o Convento de São Domingos, o Palácio da Inquisição, e mais tarde a Igreja de Santa Justa, templo já setecentista.
O Colégio do Carmo (MN) foi construído a partir de 1540, tendo a igreja ficado concluída em 1597 e o claustro em 1600. Dos edifícios quinhentistas e seiscentistas subsiste apenas uma parte, bem como a igreja, sendo o conjunto hoje ocupado pela Ordem Terceira de S. Francisco, que lhe introduziu consideráveis alterações no século XIX.
O Colégio da Graça (MN) foi fundado em 1543 e incorporado na Universidade em 1549, recebendo então um projecto da autoria do arquitecto Diogo de Castilho, que aqui estabeleceu o esquema dos restantes colégios de Coimbra, integrando um erudito receituário de modelos clássicos. O edifício foi ocupado por um quartel militar, já retirado, mas cuja permanência implicou uma série de construções modernas, desvirtuando as características arquitectónicas e as funcionalidades originais.
Os Colégios de São Pedro e São Tomás possuem actualmente valências muito diversas, sendo este último a sede do Palácio da Justiça, antes Palácio dos Condes de Ameal e o seu portal principal (MN), riscado igualmente por Castilho, está no Museu Machado de Castro.
O Colégio do Carmo (MN) foi construído a partir de 1540, tendo a igreja ficado concluída em 1597 e o claustro em 1600. Dos edifícios quinhentistas e seiscentistas subsiste apenas uma parte, bem como a igreja, sendo o conjunto hoje ocupado pela Ordem Terceira de S. Francisco, que lhe introduziu consideráveis alterações no século XIX.
O Colégio da Graça (MN) foi fundado em 1543 e incorporado na Universidade em 1549, recebendo então um projecto da autoria do arquitecto Diogo de Castilho, que aqui estabeleceu o esquema dos restantes colégios de Coimbra, integrando um erudito receituário de modelos clássicos. O edifício foi ocupado por um quartel militar, já retirado, mas cuja permanência implicou uma série de construções modernas, desvirtuando as características arquitectónicas e as funcionalidades originais.
Os Colégios de São Pedro e São Tomás possuem actualmente valências muito diversas, sendo este último a sede do Palácio da Justiça, antes Palácio dos Condes de Ameal e o seu portal principal (MN), riscado igualmente por Castilho, está no Museu Machado de Castro.
Do Colégio de São Boaventura resta a igreja, sem afectação ao culto, e hoje propriedade particular.
O que resta do Colégio de S. Bernardo, particularmente os claustros, está ocupado por casas particulares, embora parte da cerca pertença à Câmara.
O Colégio das Artes encontra-se em recuperação, integrando um Centro de Artes Visuais.
O Convento de São Domingos (MN), edifício quinhentista destinado a substituir a primitiva casa fundada pelas infantas D. Branca e D. Teresa no século XII, é hoje um espaço inteiramente descaracterizado, onde funcionam galerias comerciais. Este imponente edifício foi traçado pelo arquitecto e engenheiro militar Isidoro de Almeida, introduzindo alterações importantes em relação ao modelo castilhano, embora a igreja nunca chegasse a ser terminada.
Desvirtuada que está a maior parte do seu património edificado, incluindo o importante e coeso núcleo colegial, bem como as casas religiosas e algumas habitações nobres, a Rua da Sofia vale particularmente pelo conjunto de soluções urbanísticas e inovações arquitectónicas que implicou, particularmente nos séculos XVI e XVII. Ressalva-se naturalmente a emblemática funcionalidade académica, a modernidade representada pela centralização dos colégios, e a adequação dos modelos arquitectónicos clássicos à reforma do ensino proposta por D. João III, entre outras importantes propostas. SML
O Convento de São Domingos (MN), edifício quinhentista destinado a substituir a primitiva casa fundada pelas infantas D. Branca e D. Teresa no século XII, é hoje um espaço inteiramente descaracterizado, onde funcionam galerias comerciais. Este imponente edifício foi traçado pelo arquitecto e engenheiro militar Isidoro de Almeida, introduzindo alterações importantes em relação ao modelo castilhano, embora a igreja nunca chegasse a ser terminada.
Desvirtuada que está a maior parte do seu património edificado, incluindo o importante e coeso núcleo colegial, bem como as casas religiosas e algumas habitações nobres, a Rua da Sofia vale particularmente pelo conjunto de soluções urbanísticas e inovações arquitectónicas que implicou, particularmente nos séculos XVI e XVII. Ressalva-se naturalmente a emblemática funcionalidade académica, a modernidade representada pela centralização dos colégios, e a adequação dos modelos arquitectónicos clássicos à reforma do ensino proposta por D. João III, entre outras importantes propostas. SML
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